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quinta-feira, 31 de março de 2011

Excesso de carbono altera ciclo de florestas da Amazônia

Estudo realizado por um pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) reforça que o excesso de carbono na Amazônia contribui com o efeito estufa, fenômeno que ajuda no aumento da temperatura, e altera o ciclo das florestas tropicais.  

Ricardo Antonio Marenco Mendonza, em sua pesquisa, diz que os prognósticos apontam, para os próximos 50 a 100 anos, uma atmosfera rica em CO2, influenciada pelo fenômeno El Niño.
Conforme Mendonza, o efeito combinado entre o aumento de CO2 e a redução da evapotranspiração, associado ao desmatamento, causará aumentos significativos na temperatura.

Seus modelos apontam que, se a destruição das florestas mantiver as taxas atuais, no futuro a grande maioria dos produtos madeireiros será obtida de plantios ou florestas secundárias.
O projeto de Mendonza estuda o efeito das mudanças do clima local e global na fisiologia e no crescimento de espécies arbóreas de uma floresta primária de terra firme, assim como observa os efeitos das mudanças sazonais nas variáveis do clima, principalmente da precipitação na fisiologia foliar e no crescimento das árvores.

Para o pesquisador, os resultados deste projeto podem servir de base para estudos que visem determinar como as florestas tropicais respondem às oscilações no clima e às mudanças globais causadas pela deposição de dióxido de carbono na atmosfera, associadas à atividade humana.
A pesquisa está sendo desenvolvida na Estação Experimental de Silvicultura Tropical - ZF2, do Inpa, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

terça-feira, 29 de março de 2011

Áreas de proteção não garantem a sobrevivência da Mata Atlântica

Isoladas, essas porções perdem variedade genética e ficam vulneráveis. Solução está nos corredores ecológicos

De maneira lenta e agonizante, a Mata Atlântica, que já chegou a cobrir 15% do território brasileiro, sucumbe à ação do homem. Segundo pesquisa da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a diversidade biológica da floresta avistada por Cabral quando o Brasil foi descoberto corre o risco de desaparecer, mesmo nas áreas protegidas por lei. As mais de 700 reservas que guardam os 7% restantes do bioma estão perdendo densidade e variedade de espécies. A causa é o isolamento. Distantes umas das outras, as reservas não conseguem trocar sua biodiversidade, o que deixa plantas e animais vulneráveis. 

As análises feitas pelos pesquisadores mostraram que, nessas áreas, apenas entre 3% e 4% dos exemplares de árvores surgiram de pólen vindo de regiões distantes, fora das estações ecológicas em que estão localizados. O ideal para preservar a saúde da floresta é que a taxa seja de 10%. O isolamento aumenta os cruzamentos entre árvores e animais semelhantes, deixando as novas gerações pobres geneticamente e mais suscetíveis a pragas e doenças. “Existe uma incapacidade da sociedade em valorizar as florestas. Como os dedos de uma mão são igualmente importantes, todas as espécies têm um valor inestimável, nenhuma delas está aí por acaso”, alerta o pesquisador Mário Luiz Teixeira de Moraes, do câmpus de Ilha Solteira da Unesp. 

O trabalho de Moraes consiste justamente em tentar aumentar o intercâmbio de biodiversidade entre as diversas áreas preservadas de floresta no interior de São Paulo. Além de manter pesquisas para aferir como os cruzamentos entre gerações de árvores ocorrem, ele promove a reprodução de árvores isoladas. “Realizo o que considero o papel primordial das instituições públicas, que é a conservação dos recursos genéticos”, afirma. “A conservação dos recursos genéticos deveria ser uma estratégia de guerra de um país continental ,como é o caso do Brasil. Mas infelizmente não é”, completa. 

Efeito estufa 
Com a situação, o homem também perde. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisas em Meio Ambiente Hellmholtz , na Alemanha, publicado ano passado na revista científica Ecological Modelling, florestas fragmentadas têm menor densidade e, consequentemente, capturam menos gás carbônico. Ou seja, o processo ajuda a aumentar o efeito estufa. 

A pesquisa avaliou a produção de biomassa para cada hectare de terra em reservas de diversos tamanhos. Enquanto, na mata virgem, cada hectare de mata produz 250t de biomassa, nas reservas de proteção de 1 milhão de metros quadrados, esse índice cai para 228t. Em áreas protegidas menores, de 10 mil metros quadrados, esse valor despenca ainda mais, chegando a 140t. Uma redução de quase 40% na capacidade de sequestro de carbono. “É um erro pensar na perda da floresta somente considerando a redução de sua área total. Devemos considerar a configuração espacial das áreas florestais restantes”, explica ao Correio o pesquisador alemão Jürgen Groeneveld, um dos líderes do estudo, feito em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). 

A explicação para o problema é a relação conflituosa que as florestas têm com seus arredores. As áreas consideradas de borda, em que a mata entra em contato com áreas não preservadas, pouco a pouco tornam-se mais frágeis. “Situações como condições dos ventos e a alteração do clima e da radiação conduzem a uma modificação geral do microclima nas bordas da floresta. Esses são fatores que prejudicam especialmente as árvores maiores e velhas”, completa Sandro Puetz, que também participou do estudo. Os vegetais mais antigos guardam a maior parte da biomassa. 

Uma das saídas defendidas pelos especialistas é a conexão das pequenas reservas com áreas de preservação maiores, diminuindo as regiões de borda. “Uma das possibilidades seria conectar os fragmentos pequenos de floresta entre si, formando uma área grande”, opina Puetz. Apesar de simples, a solução esbarra na dificuldade de se criarem mais reservas, já que a Mata Atlântica está em algumas das regiões mais urbanizadas do país. A ação, no entanto, pede rapidez. “Os fragmentos remanescentes já estão bastante degradados. Já perdemos muita biodiversidade”, lamenta o pesquisador. 

A ligação entre os diversos fragmentos pode ocorrer com a adoção dos chamados trampolins e corredores ecológicos. Segundo os pesquisadores, isso possibilitaria o intercâmbio entre exemplares das espécies atualmente isoladas. Os animais poderiam transitar entre as diferentes florestas e as plantas usariam o vento, as águas e os bichos para migrarem entre as reservas, de forma a promover a diversidade genética e fortalecendo o bioma. 

Legislação 
O primeiro código florestal brasileiro, promulgado em 1935, e sua versão atual, elaborada em 1965, preveem a manutenção dessas estruturas para garantir o intercâmbio de espécies. O tema também é abordado na nova proposta de código em discussão no Congresso Nacional. “Há mais de 80 anos, a legislação brasileira reconhece a importância dos corredores. O problema não é científico nem legal. O que falta é uma cultura que valorize a preservação das florestas”, acredita Eleazar Volpato, professor de política florestal da Universidade de Brasília (UnB). 

Para ele, as mudanças e as revisões nas legislações não são suficientes para que os corredores ecológicos se tornem realidade. “Apenas cerca de 10% da população brasileira vive na zona rural. Os outros 90%, que vivem nas cidades, cobram dessa minoria a preservação ambiental. A legislação só valerá quando as políticas de preservação distribuírem entre toda a sociedade os ônus da preservação”, opina. 

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), os corredores não são estruturas obrigatórias em todas as áreas de proteção e argumenta que sua implantação depende de estudos que confirmem a necessidade. “Nos últimos 10 anos, o Brasil criou dois terços de todas as reservas ambientais surgidas no mundo. Por serem relativamente novas, a maioria das reservas ainda não tiveram esses estudos efetuados”, diz Fábio França, diretor de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA. “No entanto, em meados de 2012, deve ficar pronto o primeiro projeto de implantação de corredor ecológico, no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia”, informa. 

Outras iniciativas estão em andamento. Nos próximos dois anos, deve ser finalizada a implantação de quatro corredores ecológicos em áreas do Sudeste, do Sul e do Nordeste. “No entanto, mais que demarcar essas áreas e garantir que elas estejam contempladas no próximo código florestal, é preciso planejar e executar projetos para maximizar o potencial de conectividade, fazendo com que os corredores efetivamente funcionem”, completa o coordenador do Laboratório de Ecologia da Paisagem da organização ambiental WWF, Sidney Rodrigues.

Estudo diz que falta de água pode atingir mais de 1 bilhão em 2050


População das grandes cidades deve sofrer mais, sobretudo na Índia.
Segundo pesquisador, número não é um destino, mas um desafio.



Mais de 1 bilhão de pessoas enfrentarão uma grave escassez de água em 2050 na medida em que o aquecimento global piorar os efeitos da urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.
A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido crescimento no mundo, particularmente na Índia, mas também representa riscos para a vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).
O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em meados deste século em torno de 990 milhões de moradores de cidades viverão com menos de 100 litros diários de água cada um - mais ou menos a quantidade necessária para encher uma banheira -, quantidade que segundo os autores é a mínima necessária.
Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar, limpar, tomar banho e ir ao banheiro.
"Não tomem os números como um destino. São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDonald, do grupo privado ambiental The Nature Conservancy (conservação de recursos naturais), com sede em Washington.
Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros de uso diário. A casa de um americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa, apesar de o uso real variar dependendo da região, disse McDonald.
Mas o mundo está experimentando mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as populações rurais de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se para as cidades.
As seis maiores cidades da Índia - Mumbai, Delhi, Kolkata, Bangalore, Chennai e Hyderabad - estão entre as cidades mais afetadas pela escassez de água. O estudo prevê que 119 milhões de pessoas não terão água suficiente até 2050 apenas nas planícies e no delta do rio Ganges.
A África Ocidental também enfrentará escassez em cidades como Lagos, na Nigéria, e Cotonu, em Benin, segundo o estudo. Outras cidades que sofrerão o impacto são Manila (Filipinas), Pequim (China), Lahore (Paquistão) e Teerã (Irã).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Setor florestal e ONG's propõem mudanças para Código Florestal


Empresas e instituições ambientais entregaram para o governo federal documento com 16 propostas de alteração para a lei que pode ser votada no primeiro semestre do ano


setor florestal quer e o governo federal apoia a expansão dos atuais 6,7 milhões de hectares para 15 milhões de hectares de florestas plantadas em uma década.
A participação dos produtos que têm origem nesses plantios (de papel a painéis de madeira e resíduos para produção de energia) no mercado internacional poderia mais que triplicar dos atuais 7 bilhões de dólares (maior parte proveniente da produção de celulose) para até 25 bilhões de dólares. Esse segmento forte e em plena expansão na região Centro-Oeste do país, ao lado de ONGs e institutos ambientais, anunciou nesta quinta-feira (24/03) 16 propostas de alteração para o Código Florestal, que pode ser votado pelo Congresso Nacional no primeiro semestre do ano. “Agora é hora de consenso e não de conforto por situações privilegiadas”, declara José Luciano Penido, conselheiro administrativo da Fíbria, maior fabricante de celulose do mundo.
Parte do documento é contrário ao projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que apresentou uma série de mudanças para a lei federal de 1965 que determina como o solo brasileiro deve ser ocupado. Elas causaram discórdias entre ruralistas, cientistas e ambientalistas. A polêmica está em torno da anistia para quem desmatou áreas de reserva legal (20% para as propriedades situadas na região de mata atlântica, 35% nas do cerrado e 80% nas da floresta amazônica), redução de 30 metros para 7,5 metros das matas ciliares (margens de rios e mananciais que protegem a erosão), e moratória de cinco anos do corte de floresta para a abertura de novas áreas destinadas à agricultura e pecuária. O “Consenso para o Código Florestal”, como foi batizado o programa que uniu empresas e entidades do terceiro setor, é contrário à suspensão das multas pelo desmatamento, à moratória e à diminuição da proteção das matas ciliares.
Em contrapartida, sugere que o governo promova incentivos econômicos para a regularização ambiental, crie programas de pagamentos por serviços ambientais ao produtor e que pequenas propriedades possam somar suasáreas de proteção permanente (APP) às da Reserva Legal, para estarem em cumprimento com o índice de preservação estabelecido por lei. “O país precisa de uma legislação forte, com robustez científica e respaldada por políticas públicas”, analisa Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel(Bracelpa). A íntegra do documento pode ser acessada pelo site www.dialogoflorestal.org.br

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uso racional da água pode ser vantagem para produtos brasileiros


Produtos agrícolas são um dos maiores responsáveis pelo consumo indireto da água


A utilização racional da água nos processos de produção pode ser uma vantagem competitiva para o Brasil, na avaliação de Arjen Hoekstra, professor de gestão dos recursos hídricos da universidade holandesa de Twente e criador do conceito de pegada hídrica

Para Arjen, o país deverá atrair a atenção internacional, nos próximos anos, por ser um grande exportador de itens que precisam de muita água para serem elaborados, como ascommodities agrícolas. Segundo o especialista, para produzir a soja que é exportada para o Reino Unido são consumidos 1,43 milhão de metros cúbicos de água por ano. 

Mesmo com o grande impacto sobre os recursos hídricos, o professor destaca que o Brasil ainda é mais econômico do que outros países que vendem itens semelhantes. “Em muitos casos, a pegada hídrica do Brasil é muito menor do que a do Oriente Médio e a dos Estados Unidos”, ressaltou.

A pegada hídrica é um conceito difundido pela Water Footprint Network. A proposta é padronizar a quantificação da água usada e contaminada na elaboração de produtos. Com isso o consumidor pode saber quais itens são maissustentáveis

No Brasil, cerca de 95% da água são consumidos de forma indireta, por meio da compra de produtos. De acordo com a estimativa de Albano Arje, coordenador da ONG The Nature Conservancy, cada casa consome, em média, 3,4 mil litros por dia apenas com consumo de produtos agrícolas. O uso doméstico e os produtos industriais são responsáveis, cada um, por mais 190 litros diários. 

Em um país mais industrializado, como o Reino Unido, os manufaturados representam um gasto ainda maior de água. Segundo o estudo, cada casa inglesa consome, em média, 1,11 mil litros diários com esse tipo de produtos, além dos mesmos 3,4 mil com os itens agrícolas. O uso doméstico é responsável pelo gasto de 150 litros. 

A diferença fundamental está no fato de que a pegada hídrica dos lares do Reino Unido está, principalmente, no exterior. O levantamento aponta que cerca de 60% da água consumida nos lares daquele país foram importados. Enquanto, no Brasil, esse índice é de apenas 8%. 

domingo, 13 de março de 2011

A centralização da política ambiental

O Governo Federal pretende mudar regra para concessão de licenciamento ambiental através da edição de diversos decretos visando a redução de custos e a aceleração de obras em portos, rodovias, hidrovias, linhas de transmissão e plataformas de petróleo.



O objetivo é reduzir custos, acelerar a concessão de licenças, flexibilizar normas e proporcionar maior segurança jurídica para os empreendedores.

Ocorre que as normas sobre licenciamento ambiental estão consubstanciadas em Resoluções do Conama. É lícito ao Poder Executivo Federal disciplinar a matéria por decreto presidencial, esvaziando as atribuições do Conama? A pretensão de se regulamentar por decreto o que hoje é disciplinado por resolução constitui uma antidemocrática centralização da Política Nacional do Meio Ambiente e reveste-se de flagrante ilegalidade.



O art. 8º, inciso I, da Lei n. 6.938/81 dispõe que compete ao Conama “estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA”. E seu inciso VII, de modo mais abrangente, atribui ao colegiado “estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos”.

A alegação de que algumas instituições demoram para apreciar licenciamentos aponta, ademais, para o risco de criação de “licenciamentos por decurso de prazo”, a exemplo dos decretos-lei da Ditadura Militar – em flagrante ofensa ao princípio da precaução!

Enquanto o planeta ainda se recupera do trauma com o recente acidente em plataforma petrolífera da British Petroleum, no Brasil caminha-se em sentido oposto, com a idéia de se conceder licenças únicas, em blocos, para a exploração de petróleo em alto mar.

Também tenciona-se derrubar a Resolução Conama n. 1/86, que exige estudo de impacto ambiental e licenciamento prévio para duplicações de rodovias. Uma “licença corretiva” (sic), simples e rápida de se obter, abriria espaço para duplicação de pequenas vias de mão única, olvidando-se os deletérios efeitos de borda em estradas maiores.

Busca-se também reduzir a discricionariedade administrativa dos órgãos ambientais, que passarão a ter que lidar com regras padronizadas para a concessão de licenciamento, numa simplificação grosseira que desconsidera a variedade de nuances socioambientais no país.

Não são resoluções do Conama que obstam juridicamente o crescimento não sustentável. O que está em discussão é a observância da Constituição Federal – e, neste caso, não há que se questionar se decretos presidenciais têm o condão de revogar o art. 225 da Carta da República. Ou há?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Termelétricas terão maior participação na geração de energia


Fontes renováveis não dão conta de suprir a demanda brasileira, o que pressiona o país a investir em fontes mais poluentes

A necessidade de aumentar a geração de energia elétricano Brasil está pressionando o país a investir em fontes mais poluentes. Um estudo recente feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a participação de usinas térmicas na geração de energia deve passar dos atuais 25% para 31,4% com a implementação dos projetos em construção e os licenciados nos últimos anos. 

Embora as usinas de biomassa (consideradas menos poluentes) também estejam incluídas nesse montante, a alta da participação das termelétricas na matriz é puxada pelas fontes de combustíveis fósseis, como óleo diesel e carvão mineral. Dentre os empreendimentos à base térmica, os movidos a carvão mineral, um dos mais poluentes, praticamente triplicarão sua participação. 

De acordo com Gesmar Rosa dos Santos, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, ainda que o país não repita nos próximos anos a alta do Produto Interno Bruto (PIB)de 7,5%, registrada em 2010, o avanço de fontes mais poluentes é inevitável. “A quebra dessa proporção é muito difícil, porque o Brasil vai crescer muito. Mesmo que seja um crescimento de menos de 5%, ele exige uma expansão grande da quantidade de energia disponível e apenas as fontes alternativas renováveis não dão conta de suprir", afirma. 

Com o objetivo de garantir que não faltará energia em períodos de baixo nível de água nos reservatórios dashidrelétricas, as térmicas integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) ficam de prontidão e são acionadas em situações emergenciais. Para as grandes indústrias, que instalam térmicas para uso próprio, essa é também é uma segurança de que haverá energia para tocar seus negócios.